Pensamento do Dia: "Não posso concordar com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las" - Voltaire

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Correndo Contra o Tempo





É comum nos dias atuais ouvir a seguinte frase, “nossa como o tempo está passando depressa”, isso ficou tão fácil de se escutar que não, há quem nunca sentiu essa sensação, prova disso é que não tiramos um pouco de nosso tempo para questionar quais os fatores que levam a essa mudança brusca em nosso cotidiano então que tal começarmos pela a seguinte pergunta o tempo verdadeiramente está passando mais rapidamente?

Há vários fatores que permeia o conceito de espaço-tempo, esse conceito de tempo é algo complexo e fascinante e que desperta nossa curiosidade á vários séculos passados. O objetivo de marcar o tempo é simplesmente um fator de resposta á nossa eficiência com cumprimentos de nossos deveres do dia-a-dia, mas como é contado do dia e a noite?


Marcando o dia e a noite




Uma das primeiras formas que utilizamos para marcar o tempo foi à alternância entre o dia e a noite. Atualmente sabemos que esse efeito se deve à rotação da Terra ao redor de um eixo inclinado aproximadamente 23 graus em relação a uma linha perpendicular ao plano de sua órbita em torno do Sol. A Terra completa uma rotação a cada 23h56m04s. Esse período é chamado de dia sideral.

Por outro lado, 24 horas é o tempo médio que leva para que o Sol visto da Terra volte ao mesmo ponto do céu. Esse período é chamado de dia solar médio. Ao longo do ano, ele chega a variar até 15 minutos, para mais ou para menos. A diferença de 4 minutos entre o dia sideral e o dia solar médio ocorre devido ao movimento de translação da Terra ao redor do Sol. Isso significa que, para que o Sol volte ao mesmo ponto do céu, ele gasta um tempo extra além da rotação, pois a Terra caminhou aproximadamente 2.500.000 quilômetros ao redor do Sol e, dessa forma, há uma mudança na sua posição no céu.

A variação do período do dia solar se deve, por um lado, ao fato de a órbita da Terra ser uma elipse (embora muito próxima de uma circunferência). Além disso, a velocidade com que ela executa o movimento de translação varia ao longo do ano, dependendo da sua distância em relação ao Sol. Dessa forma, convencionou-se que o nosso dia solar teria 24 horas.

Contudo, a velocidade de rotação da Terra não influencia de maneira real a passagem do tempo para nós. Podemos encontrar em algumas páginas na internet alegações de que a velocidade de rotação da Terra está aumentando e, como conseqüência, o tempo estaria passando mais rapidamente. De acordo com elas, isso explicaria a sensação de que estamos ficando sem tempo para realizar as nossas tarefas diárias. Alguns desses endereços na internet chegam a veicular informação de que a rotação real da Terra seria de 12 horas, embora os relógios não a detectem! Pura ideologia.


Um atraso na rotação da terra



De fato, a rotação da Terra tem se alterado com o passar do tempo. Ao contrário do que se alega, porém, o período tem aumentado e não diminuído. O responsável por isso é o efeito de maré, que se deve à influência gravitacional da Lua e do Sol sobre a Terra. Como a atração gravitacional em dois extremos da Terra acaba sendo diferente (pois estão em distâncias diferentes), o “puxão” gravitacional desses dois astros faz com que ocorra o aumento e a diminuição das marés oceânicas. Estas, por sua vez, contribuem para “frear” lentamente a rotação da Terra.

Esse efeito, contudo é muito pequeno: o período de rotação da Terra aumenta cerca de 0, 002 segundo por século, ou seja, serão necessários 100 mil anos para que ele aumente 2 segundos (um dia sideral tem 86.164,08 segundos).

Alega-se ainda que a velocidade de rotação da Terra, que é cerca de 1.649 km/h no equador, alteraria a passagem do tempo. Segundo a teoria da relatividade de Einstein, a velocidade com que nos movemos altera a passagem do tempo, ou seja, relógios que estão em movimento em relação a um determinado observador registram a passagem do tempo mais lentamente.

Entretanto, esses efeitos somente são relevantes quando os corpos estão se movimentando com velocidades próximas à da luz, que é 300.000 km/s (ou 1.080.000.000 km/h). No caso da velocidade de rotação da Terra, esse efeito seria da ordem de 4 milésimos de segundo por século, quando comparado com um relógio que estivesse parado e distante relação à Terra.


Estamos realmente correndo contra o tempo?



Mas estamos realmente correndo contra o tempo? Creio que aos dias de hoje, a sensação que temos de que o tempo está passando mais rapidamente como estivéssemos em uma correria sem precedentes está relacionada com o estilo de vida que adotamos e com a percepção que temos do mundo atual e globalizado. Vivemos em um ambiente repleto de informações á todo instante, em um grau sem precedentes na história da humanidade – vinculados através da internet, do rádio e da TV, e até nas ruas. Afogados nesse turbilhão de informação temos a impressão de que sobra menos tempo para nós mesmos causando esse descontra tempo em nossa mente.

Entretanto, os relógios continuam marcando o tempo da mesma forma: fisicamente, o tempo não está sendo alterado ao contrário que nos pensamos. Talvez a solução para encontrarmos mais tempo para nós seja repensar um pouco os rumos que a nossa sociedade tem tomado e o que de fato queremos para nós mesmos. Esta é uma questão urgente: não há tempo a perder para resolvê-la o tempo corre.


até a proxima!

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